Saiba como câncer de boca ou infecção no dente podem dar feridas na pele

Saiba como câncer de boca ou infecção no dente podem dar feridas na pele

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Você sabia que infecções de gengiva e dentes podem cursar com feridas no rosto conhecidas como fístulas? Vamos esclarecer nesse artigo alguns pontos importantes sobre abcessos dentários e seus diagnósticos diferenciais, como o câncer.

Fístulas e suas causas

Fístula é uma passagem em forma de tubo que comunica um órgão interno para a superfície do corpo ou outro órgão. Infecções crônicas da gengiva ou abcessos periodontais podem formar fístulas intraorais (dentro da boca) e orofaciais (da boca para a pele do rosto) para conseguir drenar o pus produzido no local da infecção para um ambiente externo. Dessa forma, a infecção pode se estender para a pele, se for esse o caminho de menor resistência encontrado para saída desse pus. As fístulas intraorais são mais comuns que as fístulas orofaciais.

As infecções periodontais ainda podem evoluir com outras complicações, como osteoteomielite crônica (infecção dos ossos), abcessos faciais e celulite – um tipo de infecção grave de pele.

Câncer e fístula

O que muita gente não imagina é que, apesar das infecções dentárias serem as causas mais comuns de fístulas intra e extraorais, outras doenças podem estar envolvidas na formação dessa enfermidade: lesões nas glândulas salivares, tumores benignos (como cistos odontogênicos) ou malignidades (como câncer de boca).

Muitos pacientes que apresentam fístula cutânea orofacial consultam-se primeiro com um dermatologista, pois a lesão pode assemelhar-se a um cisto sebáceo infectado, um carcinoma basocelular ulcerado ou outra lesão dermatológica. O tratamento desnecessário pode ser evitado se uma origem dentária for considerada.

Da mesma forma, um câncer de boca pode estar envolvido na origem de uma fístula orofacial em pacientes que também possuem gengivas e dentes doentes.

A causa neoplásica mais comum de fístulas orofaciais é o carcinoma de células escamosas (CEC). A menos que infectadas secundariamente, as fístulas cutâneas orais raramente, ou nunca, se desenvolvem a partir de neoplasias e cistos benignos.

Diagnóstico definitivo

Para se esclarecer adequadamente a verdadeira origem de uma fístula orofacial, recomenda-se um exame odontológico, radiografias e tomografia de feixe cônico para descartar infecção de origem dentária para a pele da face ou pescoço.

Como as fístulas cutâneas orais não são comuns, o diagnóstico errôneo de sua origem não é incomum. Daí a importância de uma avaliação multidisciplinar (odontológica e dermatológica) para se chegar no tratamento adequado, nestes casos.

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