Ceratoses actínicas: lesões precursoras de câncer de pele

Ceratoses actínicas: lesões precursoras de câncer de pele

maiseceratose

Ceratose actínica é uma doença de pele induzida pela exposição aos raios ultravioleta. Consideradas historicamente como lesões “pré-cancerosas” ou “pré-malignas” de pele, as ceratoses actínicas são constituídas por queratinócitos atípicos confinados na epiderme, que é a camada mais superficial da pele. Se não tratadas, estas lesões podem se transformar em câncer de pele invasivo ao longo dos anos, particularmente no carcinoma espinocelular (CEC).

 

 

 

 

 

Quais são os fatores de risco para se ter essas lesões?

Exposição solar crônica e desprotegida por anos, sexo masculino, pele clara e idosos são os principais grupos de risco. Pacientes imunossuprimidos também tem um chance maior de desenvolver essas lesões.

Como são identificadas essas lesões pré-câncer?

As ceratoses actínicas aparentes são caracterizadas por lesões ásperas ao toque, podendo ter uma base de manchas avermelhadas ou acastanhadas na pele afetada. Estas casquinhas ásperas podem ser arrancadas da pele, mas logo voltam a aparecer de novo. São detectadas no exame dermatológico através da inspeção visual associada à palpação. São encontradas nas áreas de pele que sofreram maior exposição solar ao longo dos anos, como couro cabeludo, rosto, colo, braços e mãos.
Entretanto, existem também lesões subclínicas (ainda não aparentes) que podem ocorrer em grandes áreas de pele danificada pelo sol, formando o que chamamos de “campo de cancerização”. Trata-se, na verdade, de uma área de pele que foi cronicamente exposta e danificada pelo sol, com lesões pré-câncer aparentes e subclínicas além de lesões já compatíveis com câncer de pele.

Por que tratar essas lesões?

A progressão de uma ceratose actínica para Carcinoma Espinocelular pode ser rápida e imprevisível. E não há como se prever qual lesão pré-câncer vai progredir para um CEC. Além disso, um trabalho publicado na revista Câncer em 2009, mostrou que 65% de todos os CECs começam como lesões de ceratose actínica.

fotods

Como tratar as ceratoses actínicas?

A proteção contra a luz solar é parte integrante do tratamento de pacientes com lesões pré-câncer. O efeito benéfico da aplicação diária de filtro solar foi demonstrada em vários ensaios clínicos, mostrando evidências de uma incidência reduzida de novas ceratoses actínicas nos grupos designados para aplicação regular de filtro solar.

Além disso, os consensos internacionais mais recentes recomendam o tratamento de todo o campo de cancerização, e não somente as lesões clinicamente aparentes.

 

 

 

As lesões pré-câncer aparentes podem ser tratadas com terapias destrutivas,tais como: curetagem, criocirurgia, excisão cirúrgica, terapia fotodinâmica, resurfacing com laser e peelings químicos.

As terapias para o campo de cancerização são feitas principalmente com medicações tópicas como o 5-fluorouracil, imiquimod e ingenol mebutato.

Após o tratamento, ficarei “livre para sempre” dessas lesões pré-câncer?

A radiação ultravioleta induz alterações genéticas no DNA das células da pele. Assim, os queratinócitos sempre terão potencial para gerar novas lesões pré-câncer ao longo dos anos.

A terapia direcionada ao campo de cancerização tem por objetivo tratar lesões aparentes e subclínicas, proporcionando um período mais prolongado sem novas lesões pré-câncer.

Por isso, é importante que você mantenha um acompanhamento semestral com seu dermatologista de confiança se já foi diagnosticado com ceratoses actínicas. Juntos, você e seu médico poderão se decidir pela melhor terapia para seu caso.

 


Dra. Maise Sampaio

maise

Médica Dermatologista
CRM-GO 12756 | RQE 8130

Site : http://www.maisesampaio.com.br

Outros artigos desta colunista em www.dermatologiaesaude.com.br zoom in

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *