A cromoblastomicose é uma micose que afeta a pele e o subcutâneo provocada por fungos que têm coloração escura, sendo transmitida por traumas,e em sua maioria nos moradores de zona rural. É uma doença negligenciada pelas autoridades em saúde pública, por não ser tão frequente e por atingir pessoas de baixo nível sócio econômico, porém existe tratamento efetivo, principalmente se tratada em fases iniciais.
É uma das mais frequentes micoses de implantação observadas no Brasil. Esta implantação está relacionada aos traumas que esses indivíduos exercem em sua atividade ocupacional no campo. Podem ocorrer por acidentes com plantas, galhos, metais(cerca das fazendas), animais e instrumentos agrícolas.
Estados como: Pará, Amazonas, Maranhão, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul a doença é frequente.
A maioria dos casos ocorre em indivíduos do sexo masculino, entre 30 e 50 anos de idade, em sua maior fase produtiva, porém esses pacientes procuram assistência médica em um estágio mais avançado, com lesões de difícil tratamento.
Os seus agentes causadores são fungos que tem a parede celular escura, ou seja, com melanina, um pigmento que ocorre na pele humana, e que confere, um certo grau de resistência a esses micro-organismos ao meio externo, tais como: radiação solar e medicamentos antifúngicos.
Clinicamente podemos observar no local do trauma a presença de lesão que se assemelha a um caroço bem pequeno menor que 01 cm de superfície lisa e vermelha que gradualmente aumenta de tamanho, apresentando superfície descamativa. A lesão inicial pode ser única ou múltipla e, evolutivamente, tende a transformar-se em caroços maiores de 03 cm superficiais que, por sua vez, podem expandir-se lateralmente formando placas. Esses caroços maiores que 03 cm e placas podem juntar originando lesões tumorais de aspecto semelhante à couve-flor (Figura 1).
Em sua fase inicial, a doença tem poucos sintomas, não interferindo com o estado geral do paciente, sendo que não exige a procura da assistência médica. A evolução a longo prazo e as complicações é que levam o paciente ao médico. Nessa fase, o sintoma predominante é a coceira localizada, que pode ser discreta ou intensa, sendo comparado, pelos pacientes, a agulhadas, formigamento e queimação.
Dor local pode ser a queixa de alguns, principalmente quando se associa infecção bacteriana secundária, complicação responsável pelo odor forte, perceptível à distância, exalado pelas lesões, comparado ao odor de “ninho de ratos”.
Em lesões extensas e de longa duração, há fibrose do tecido celular subcutâneo, determinando um bloqueio dos vasos linfáticos regionais e linfedema crônico, com aspecto elefantiásico do membro acometido, fator de incapacitação permanente ao trabalho físico.
Existe tratamento a base de medicações antifúngicas, onde seu sucesso vai depender do grau de extensão e tempo de evolução da doença, sendo que o ideal são esses casos procurar assistência médica nos casos iniciais, o que muitas das vezes não ocorre.