Uma doença que afeta muitos órgão, mas os primeiros sinais podem surgir na pele
Sarcoidose é uma doença incomum, afetando menos de 10 em 100.000 brasileiros. É mais frequente em mulheres na faixa dos 20 aos 40 anos. São também mais comum em afrodescentes. Pode haver predisposição familiar em alguns casos.
Trata-se de uma doença autoimune, de origem indeterminada, que pode afetar diversos órgãos.
Os sintomas:
Os sintomas dependem da intensidade e dos orgãos acometidos. Na maioria das vezes é uma doença de sintomas brandos. Porém em alguns casos a doença é grave, com potencial fatal.
- Os pulmões estão acometidos em 90% das vezes. Geralmente a doença se inicia por este órgão, acarretando tosse e falta de ar. Muitas vezes o acometimento dos pulmões é assintomático , sendo a doença diagnosticada após um RX de tórax de rotina;
- Os olhos estão afetados em 25% dos casos, provocando lacrimejando ou olho seco, maior sensibilidade a luz e visão turva. Pode levar a cegueira se não tratada adequadamente;
- A medula óssea pode estar acometida em até 40% dos casos, provocando anemia, distúrbios na coagulação e no sistema imunológico;
- Febre que pode aparecer em qualquer fase da doença, inclusive antes de surgirem as lesões;
- A pele está acometida em 1/3 dos casos, e pode ser o primeiro e único sinal da doença;
- A forma mais comum de acometimento da pele se dá pelo surgimento de um numero variável de protuberâncias vermelho amarronzadas, sobretudo na face, nos lábios, no pescoço, na parte superior do dorso e nas extremidades. Podem ser poucas ou muitas lesões, de tamanho variável;
- As lesões podem variar: protuberâncias maiores que formam placas , lesões ulceradas, lesões atróficas deprimidas, entre outras;
- Em alguns casos podem surgir lesões semelhantes a caroços, avermelhados, dolorosos nas pernas (sobre a tíbia), chamados de eritema nodoso;
- Pode ainda afetar as articulações (provocando dor e inchaço), os gânglios (linfonodos), o coração, os rins, o fígado, com sintomatologia variável.
O diagnóstico:
Após a anamnese e o exame físico, são realizados exames RX de tórax e exames de sangue. Quando há suspeita de acometimento pulmonar são realizados exames mais específicos do tórax como tomografia computadorizada e cintilografia. O órgão afetado deve sempre biopsiado para a confirmação da doença. Além disso realiza-se exame oftalmológico.
A evolução da doença:
A evolução da doença é muito variável:
- Doença progressiva com surgimento dos sintomas gradualmente ao longo dos anos;
- Doença de inicio súbito, podendo ou não desaparecer espontaneamente também de forma rápida;
- Quadro assintomático, onde as lesões são descobertas acidentalmente após exames de imagem feitos por outras razões.
O tratamento:
A doença cutânea localizada pode ser tratada com cremes ou injeções intralesionais. Quando há um comprometimento cutâneo difuso ou quando órgãos internos são afetados utiliza-se tratamento sistêmico. Uma vasta gama de medicamentos podem ser utilizados e também a fototerapia. De uma maneira geral a doença responde bem ao tratamento.