Pênfigos

Pênfigos são doenças que causam bolhas na pele por alterações imunológicas

Fazem parte do grupo das doenças bolhosas; as bolhas surgem sobre a pele por causas e mecanismos diferentes, alguns dos quais já esclarecidos.

No caso dos pênfigos, o sistema imunológico forma anticorpos que vão destruir o cimento responsável pela adesão entre as células da pele deixando-as soltas e permitindo que bolhas se formem; as causas que levam o sistema imune a fazer isso continuam obscuras.

A doença: Essas bolhas podem aparecer somente na pele ou na pele e em mucosas como da boca, do nariz, das genitais e nos olhos.

Quando aparecem nas mucosas, podem permanecer somente ali por meses, antes de serem observadas na pele e, nesses casos, muitas vezes atrasam o diagnóstico.

Os pênfigos são divididos em alguns tipos e, de acordo com isso, terão apresentação característica no que diz respeito à consistência e à localização da bolha, à duração delas, às áreas corporais acometidas e à consequente gravidade.

Aqui, vamos tratar das duas apresentações mais frequentes:

1) Pênfigo Vulgar

É mais frequente por volta dos 50 anos; acomete mucosas, por vezes iniciando-se pela mucosa oral, sob forma de erosões dolorosas, algumas vezes lembrando aftas que não cicatrizam; esse quadro dificulta a alimentação e lentamente compromete o estado geral do portador.

Com a evolução, bolhas profundas surgem na pele, começando pelo peito e pelas costas, e espalham-se pelo corpo. São firmes, com líquido turvo ou sanguinolento em seu interior. Ao romperem, unem-se umas às outras, deixando grandes áreas erosadas vulneráveis, lembrando uma grande queimadura. As lesões são dolorosas.

O quadro é grave e pode ser letal. É preciso tratamento para ser controlado o mais rapidamente possível, antes que complicações, como infecções secundárias, instalem-se.

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2) Pênfigo Foliáceo

Acomete adultos jovens e crianças e atinge apenas a pele, poupando as mucosas. Mais frequente no Brasil que no restante do mundo, predomina na zona rural e proximamente a rios, na região centro-oeste e, agora, também na região norte do país. Acredita-se que haja um vírus na sua etiologia, o qual seria transmitido ao homem por um mosquito, contudo isso ainda não está confirmado.

As bolhas são superficiais e flácidas; rompendo com facilidade, deixam áreas erosadas desnudas, que vão sendo cobertas por escamas e crostas, o que acontece na cabeça, no pescoço, no peito e nas costas; depois, disseminam-se pela pele do corpo.

Os doentes experimentam ardência e queimação o que gerou o outro nome pelo qual é conhecido: Fogo Selvagem.

Diagnóstico: É feito pelo exame dermatológico, seguido de biopsia, processo no qual pequeno fragmento de pele é retirado para exame microscópico, que mostra a localização da bolha, confirmando pênfigo e classificando o tipo. Algumas vezes um exame complementar chamado imunoflorescência pode ser necessário.

Tratamento: Está baseado em altas doses (iniciais) de corticoide, gradativamente diminuídas à medida que a doença é controlada, associadas ou não a imunossupressores; nos casos graves, requer hospitalização.

O tratamento é contínuo com ajustes das doses dos remédios ao longo dos meses. Consultas periódicas são obrigatórias para controle de possíveis intercorrências, bem como dos efeitos colaterais das medicações. Embora seja doença grave, é controlável, permitindo que o doente leve uma vida normal.