A obesidade é uma epidemia global com estimativa que existam ao menos 300 milhões de obesos em todo o mundo. Algumas doenças de pele estão relacionadas diretamente à obesidade. Algumas pelo aumento da resistência à insulina, outras são relacionadas a alterações mecânicas relacionadas à obesidade e outras são agravadas pelo aumento das dobras de pele
A obesidade é uma epidemia global com estimativa que existam ao menos 300 milhões de obesos em todo o mundo. Está relacionada a vários efeitos na fisiologia da pele, entre eles função de barreira, produção do sebo, produção do suor, vasos linfáticos estrutura do colágeno e cicatrização da pele. Neste artigo serão descritas as principais alterações de pele relacionadas à obesidade.
A obesidade está relacionada à resistência à insulina e o diabetes tipo 2. Logo, há uma maior prevalência entre os obesos de todas as alterações cutâneas relacionadas ao diabetes.
Está também associada a maior risco de desenvolvimento de malignidades como o câncer de mama, de endométrio e de cólon. Existem indícios de aumento do risco de câncer de pele, em especial o melanoma entre os pacientes obesos.
Algumas alterações da pele que podem estar relacionadas diretamente ao aumento de peso e a sua diminuição pode ser suficiente para acabar com várias delas.
Alterações da pele que estão relacionadas ao aumento da resistência à insulina
– Placas escuras no pescoço, axilas, virilha e cotovelos (acantose nigricante);
– Verrugas pedunculadas nas áreas de dobras (acrocórdons);
– Bolinhas ásperas nos braços e pernas (queratose pilar);
– Aumento de pelos, queda de cabelos, acne (hiperandrogenismo e hirsutismo, SOP).
Os últimos estão relacionados ao aumento da insulina e ao aumento do hormônio masculino testosterona, que é produzido também pelas células gordurosas.
Doenças de pele que, embora não causadas diretamente pela obesidade, são agravadas
– Inchaço e endurecimento das pernas pela obstrução ao fluxo linfático (linfedema);
– Varizes, manchas amarronzadas nas pernas, descamação, ulcerações (insuficiência venosa crônica pelo aumento da pressão do abdome sobre as veias dos membros inferiores);
– Espessamento das solas dos pés, especialmente nos calcanhares (hiperceratose plantar);
– Celulite;
– Dificuldade de cicatrização, com maior incidência de hérnias após cirurgias;
– Placas avermelhadas eritematosas sob as mamas e em outras áreas de dobras, pelo aumento da fricção e umidade (intertrigo, candidíase);
– Aumento do risco de micose nos pés e nas unhas;
– Aumento do risco de foliculite e furunculose e erisipela;
– Abscessos, fístulas e fibrose em áreas pilosas (hidrosadenite);
– Placas eritematosas descamativas (psoríase, particularmente a forma de psoríase inversa, que aparece em áreas de dobras);
– Nódulos palpáveis nas orelhas e outras partes moles, em pacientes com ácido úrico elevado (tofos gotosos).
A redução do peso é a principal medida a ser realizada para melhorar as alterações da pele. No entanto, alguns cuidados devem ser tomados para alívio e prevenção das doenças de pele:
– Hidratação intensa;
– Uso de sabões de pH mais baixo (diminuem a incidência de infecções por fungos, bactérias e leveduras);
– Cremes de barreira nas áreas de dobras (diminuem maceração e fricção);
– Dieta com baixa caloria e baixo índice glicêmico para diminuir os níveis de insulina;
– Elevação dos membros e drenagem linfática.
Dra. Erica Fialho Pierote
Médica Dermatologista
CRM-MG 39638 | RQE 16114
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