De onde surgem os nomes que nossos avós usavam para doenças?
“A mãe do medo é a incerteza e o pai do medo é o escuro. Enquanto houver escuro no mundo haverá medo.”
Monteiro Lobato
Em tempos antigos, em povoados distantes, quando nem as cidades eram realmente cidades, e faltava tudo, as pessoas tinham que lidar com suas dúvidas com o que tinham à mão. Muitas doenças eram desconhecidas da própria ciência, e mesmo as que já tinham sido identificadas não chegavam a ser conhecidas do povo. Faltava informação.
Graças à sabedoria de nossos avós, na falta de um médico à época para definir nome e diagnóstico de doenças, usavam-se termos comuns (cobreiro, espinhela caída) para se agrupar e identificar as manifestações de problemas de pele. Isso dava uma certa tranquilidade, ter um nome para um problema de saúde, o escuro e a insegurança da dúvida diminuíam, “a doença tinha nome e tinha sido identificada”. Mesmo que fosse um nome que não significasse nada, tipo “landra”, “impinge”. E ter alguém experiente, um idoso da comunidade, que desse esta definição, trazia algum alívio a quem tinha a doença e sua família. Deixava de ser desconhecido para ser conhecido, mesmo que não tivesse tratamento efetivo.
Começaremos a partir de hoje uma série no Dermatologia & Saúde, trazendo estas denominações curiosas e por vezes lúdicas à luz do que se sabe na dermatologia.
Usar estes nomes não significa estar errado. Significa usar o que se tem de discernimento para chegar no que há mais próximo da verdade. É usar pensamento mitológico para apalpar a verdade.
E mitologia é tudo de bom!
Seja bem vindo!