Muitos produtos destinados ao uso infantil podem ser tóxicos e prejudiciais à pele das crianças.
O mercado de cosméticos e higiene pessoal direcionados ao público infantil tem crescido muito, exigindo prudência dos pais na hora da compra dos mesmos
Muitas pessoas não sabem, mas mais de 70% da exposição solar que recebemos durante a vida se dá na infância. As mães de hoje, entretanto, não foram criadas com a cultura do uso de protetor solar no dia a dia – o que reflete no não uso nas crianças. Além disso, em muitos lares, ainda impera a ideia errônea de que não existe “banho bem tomado” sem bucha! Hoje vamos derrubar alguns mitos e orientar a melhor forma de cuidar da pele dos pequeninos.
Você sabia?
- A exposição ao sol pode levar a queimaduras solares;
- Estas queimaduras, na infância, estão relacionadas com o aumento do risco de câncer de pele na idade adulta;
- O uso de protetor solar compatível com a pele das crianças desde a infância diminui a incidência de câncer de pele e os sinais de envelhecimento causados pelo sol;
- O uso diário de buchas ou esponjas no banho facilitam aparecimento de alergias, além de infecções por fungos e bactérias – já que retira a camada de gordura protetora da pele sensível das crianças.
Cuidados com as unhas: as unhas da criança devem ser cortadas retas, podendo-se usar lixas para evitar que pontinhas causem arranhões na pele e outros incômodos.Nunca retirar cutículas das crianças – são a proteção natural das unhas contra bactérias e fungos. Tesouras e lixas devem ser de uso exclusivo da criança para se evitar contaminações. Lavar as mãos 3 vezes ao dia é um hábito importante e ajuda a manter as unhas sempre limpas. Se possível, evitar que as crianças roam as unhas ou arranquem pelinhas, pois esse hábito aumenta o risco de infecções.
Crianças podem usar esmaltes?
Existem fórmulas menos agressivas de esmaltes dirigidas ao público infantil, mas a resposta a essa pergunta é que crianças não deveriam usar esmaltes. Trata-se de um contato precoce desnecessário com mais substâncias químicas que aumentam o risco de alergias. A alergia pode não aparecer num primeiro contato com o produto, na maioria das vezes a dermatite de contato surge mais tarde. A recomendação é que os pais não incentivem o hábito de pintar as unhas.
Crianças podem usar maquiagem?
A resposta é não, pelos mesmos motivos que não recomendamos o uso de esmaltes nessa idade. Como a pele da criança é naturalmente mais seca, fina e sensível devido à baixa produção hormonal, ela absorve com mais facilidade as substâncias químicas potencialmente alergênicas presentes nas maquiagens. O resultado pode ser o surgimento de sintomas como vermelhidão, inchaço, coceira e descamação, que podem caracterizar uma dermatite de contato alérgica. Nesse caso, um dermatologista deve ser consultado.
Com que idade minha filha pode começar a usar esmaltes e maquiagem?
Não existe uma idade apropriada para se começar as visitas à manicure ou para se maquiar. Geralmente isso acontece na pré-adolescência, mas a verdade é que quanto mais tarde for iniciado o contato com estas substâncias químicas, menor a chance de se desenvolver alergia a esses produtos no futuro.
Tatuagens de henna são inofensivas para crianças?
A criança que se submete a uma tatuagem de henna e fica com a pele irritada provavelmente vai ter problemas para pintar o cabelo na idade adulta. Isso acontece porque alguns tatuadores adicionam um agente chamado parafenilenodiamina à tintura, para deixá-la negra e facilitar a secagem. Essa substância potencialmente alergênica também está presente nas tinturas de cabelo. Além disso, não há regulamentação para o uso de henna em tatuagens no Brasil pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), apenas para uso em tinturas de cabelo.
Dicas importantes:
1) Crianças menores de seis meses não devem se expor diretamente ao sol. Para tal, dar preferência ao uso de proteção física (roupas e chapéus), já que não é recomendável o uso rotineiro de cremes protetores solares nessa idade;
2) Para crianças acima de seis meses, deve-se evitar o sol entre as 10 e 15 horas. Nesta idade, o uso do protetor solar é sempre recomendado, inclusive em dias nublados;
3) O Fator de Proteção Solar (FPS ) a ser escolhido deve ser de no mínimo 30. O ideal é aplicar o protetor de quinze a trinta minutos antes da exposição solar. Deve-se também reaplicá-lo de duas em duas horas sempre que permanecer ao sol, suar excessivamente ou após banho de praia ou piscina;
4) Para se manter a pele da criança saudável, é aconselhável apenas um banho por dia, morno para frio, e rápido. Deixe a bucha para as regiões mais grossas do corpo (palmas e plantas). Se um segundo ou terceiro banho forem necessários, use o sabonete apenas em regiões sujas e de dobras;
5) O uso de hidratantes corporais é muito importante para se recuperar a camada protetora da pele infantil após o banho: dar preferência a cremes hipoalergênicos (sem perfumes e sem corantes), e que contenham substâncias reparadoras da gordura da pele (como óleo de girassol, óleo de oliva, ceramidas e ácido linoleico).
Saiba mais:
Atenção: muitos produtos destinados ao uso infantil possuem ingredientes potencialmente tóxicos e prejudiciais à pele de crianças menores de seis meses.
O mercado de cosméticos e higiene pessoal direcionados ao público infantil tem crescido muito nos últimos anos, exigindo prudência e responsabilidade dos pais na hora da compra dos mesmos.
O combate ao câncer de pele começa já na infância, educando a criança sobre a importância de uma relação saudável com sol, evitando os horários de pico da radiação ultravioleta.
Em meio a tantas opções e apelos publicitários, não se deixe levar pelo consumismo! A consulta com um bom dermatologista é a melhor maneira de cuidar da pele dos seus filhos – tão importante quanto a consulta com o pediatra.
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