A cicatrização após uma cirurgia na pele depende de muitos fatores. Os principais são a cicatrização inerente à própria pessoa, além da técnica e habilidade cirúrgicas utilizadas.
O cirurgião dermatológico – dermatologista experiente nas cirurgia de pele – utiliza inúmeras técnicas para minimizar a cicatriz após a remoção de um sinal ou câncer de pele. Quando você decide ou deve remover um sinal ou tumor de pele, o cirurgião dermatológico deve observar:
- quais áreas cicatrizam mais rápido ou de forma mais demorada
- a tendência do local a formar queloides
- a tendência do local a formar cicatrizes que dilatam após um tempo
- a história pessoal e familiar de má cicatrização
- a cor da pele, pois a pele mais escura tem risco muito maior de queloide e formação de cicatrizes mais aparentes, escuras ou claras
- tratamento precoce quando há má cicatrização, pois a infiltração local de Bleomicina, 5-fluorouracila ou toxina botulínica geralmente desfaz esta reação
- uso de outros cuidados, como placas de silicone, além das técnicas cirúrgicas específicas
- uso de shaving (cirurgia sem pontos) sempre que possível.
Técnicas para minimizar as cicatrizes na pele
O cirurgião dermatológico usa vários métodos para minimizar as marcas decorrentes de cirurgias na pele. A aplicação de Botox (toxina botulínica) após a cirurgia deixa a cicatrização muito mais favorável. A linha da cicatriz fica muito menos visível, inclusive podendo a toxina ser aplicada após uma cicatriz desfavorável, incluindo queloides, tratando este aspecto.
É importante evitar marcas de pontos, que podem parecer trilhos de trem. Após remover o sinal ou câncer de pele, um descolamento amplo da pele ao redor do local operado permite que esta região não seja forçada para retornar ao seu local anterior (evitando o alargamento da cicatriz e os machucados no local onde os pontos seguram a cicatriz fechada). Ainda para evitar estas marcas , após o descolamento os pontos devem ser feitos por dentro da pele, sem atingir a borda que será suturada por fora, o que ajuda a evitar tensão nos pontos externos.
Como estes pontos internos seguram a tensão, isto permite a retirada precoce dos externos, geralmente permitindo que não fique qualquer marca na cicatriz.
Para remover uma lesão elevada na pele, muitas vezes é suficiente um corte (shaving) ou raspagem (curetagem), o que evita a cirurgia tradicional com pontos, removendo uma região maior do que a lesão em si. É como se fosse um desbastamento da lesão. Com cuidados pós-operatórios, permite geralmente uma marca quase invisível em lesões faciais, e em lesões no resto do corpo também permite uma ótima cicatrização.
Em pessoas com tendência a queloides, é importante evitar a eletrocoagulação, tensão nos pontos, e sempre fazer cirurgias minimamente invasivas com cuidados específicos são questões muito importantes. Áreas com tendência a queloides, como ombros e região central do peito, também devem ser submetidas a cuidados redobrados.
Se há formação de queloides, a intervenção precoce com infiltrações de Bleomicina, 5-fluorouracila ou toxina botulínica, placas de silicone e outros métodos geralmente revertem o problema.
Pessoas com vitiligo ou psoríase têm tendência a desenvolver lesões vitiligoides ou psoriáticas nas áreas de cirurgias. Traumatizar o mínimo possível a pele, usar medicações específicas e verificar o tratamento destas afecções cutâneas geralmente evitam problemas. Uso de adesivos especiais após a retirada dos pontos também ajuda na formação de uma cicatriz minimamente visível. Muitos outros cuidados podem ser tomados em situações específicas, ou seja, dependendo do que for operado, das características da pessoa submetida ao procedimento, do local do corpo, entre outros fatores.