Maratonistas e problemas de pele

Os corredores de longa distância estão muito suscetíveis a alguns problemas de pele. Saiba como tratar esses problemas

maratonistas-e-problemas-de-pele-dermatologia-e-saude-350x300Corridas de rua:

  • Assaduras – Com o atrito das roupas e sapatos, podem acontecer assaduras e feridas em alguns locais preferenciais, como virilha, pés e lesões no mamilo, principalmente em corredores de longa distância. Elas podem infeccionar, gerando foliculites e furúnculos. Para prevenir as assaduras pode-se usar vaselina nas áreas de atrito, roupas leves e bem adaptadas, e fitas como micropore nos mamilos, para prevenir o atrito. Em caso de infecção, procure seu médico dermatologista;
  • Bolhas – São muito comuns nos corredores, e uma importante causa de desistência da prova para o maratonista. Mais presentes nos calcanhares e pontas dos dedos dos pés. Para prevenir o seu aparecimento usar um tênis de boa qualidade e trocá-lo de vez em quando, obedecendo a necessidade, de acordo com a frequência e tipo de treino. Também usar meias de algodão secas e bem acomodadas nos pés. Aplicar vaselina nos pés pode ajudar. Perfurar a bolha dolorida com uma agulha esterilizada, preservando a pele, e aplicar um curativo hidrocolóide, tipo Duoderm®, pode ser útil no dia da prova;
  • Calos nos pés – Acontecem principalmente em corredores de longa distância, ou com o uso de calçados mal adaptados. Normalmente não se cauterizam os calos, ou “olhos de peixe”, como são popularmente conhecidos, pois eles tendem a voltar. O que se deve fazer é trocar os tênis, usar meias de boa qualidade, e alternar os treinos e tipo de solo em que se pisa;
  • Perda das unhas e unhas encravadas – Podem ocorrer mesmo em corredores de curta distância. Observe se o tênis está adequado;
  • Micoses – São muito comuns entre corredores, por causa de vários fatores que favorecem a sua contaminação: frequentar vestiários e academias, banheiros com alto fluxo de pessoas, suor constante, traumatismos, uso de sapatos fechados. Deve-se secar bem a virilha e entre os dedos dos pés após o banho. Observe as unhas, para detectar sinais de micoses precocemente, quando o tratamento é mais rápido e simples;
  • Rachaduras dos lábios – Corredores estão constantemente expostos ao vento frio e sol, o que resseca os lábios. Use um protetor labial que também hidrate os lábios, e que contenha protetor solar.

Ultramaratonas:

São competições que envolvem distâncias acima de 42 km. Os corredores desse tipo de esporte geralmente são indivíduos altamente motivados, que gostam de testar os seus limites. O desgaste físico é enorme. O ultramaratonista se expõe muitas horas ao sol.

  • Queimaduras de sol – É muito importante o uso de roupas que já têm proteção aos raios ultravioleta no tecido e chapéus. O corredor deve usar filtros solares de amplo espectro resistentes ao suor e reaplicá-los. Lembre-se de aplicar também no pescoço e orelhas. Deve-se também procurar correr na sombra;
  • Queimaduras do frio (frostnips e frosbites) – Mais comuns nas regiões expostas, como ponta do nariz, orelhas e dedos das mãos e, em segundo lugar nos dedos dos pés. Há inicialmente uma palidez e dormência da região que, se não for aquecida rapidamente, pode aprofundar, levando a lesões graves. O melhor método a utilizar para o aquecimento é água morna. Não se deve exercitar a região, para não agravar a lesão.

Observações:

  • Em um estudo com praticantes de corrida de rua, dos Anais Brasileiros de Dermatologia, 57% treinam antes das 10 da manhã, 86% usam roupas especiais e 62% usam filtro solar e 19,7% tiveram queimaduras solares;
  • Cuidado com cremes antifúngicos que têm associações com corticoides, pois esses últimos são proibidos no teste antidoping.


Dra. Maria Silvia Kós CanettiDra. Maria Silvia Kós Canetti
Médica Dermatologista
CRM-SP 86469 | RQE 26.254

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