Você começou com manchas nas pernas, foi ao médico e descobriu que tinha uma doença chamada necrobiose lipoídica, e nunca ouviu falar dela antes… Ficou confuso? Preocupado? Nós do Dermatologia & Saúde vamos esclarecer para você.
A necrobiose lipoídica é uma doença crônica de origem desconhecida que provoca deterioração do colágeno da pele. É mais comum em mulheres e paciente diabéticos do tipo 1 (dependentes de insulina). 65% dos pacientes de necrobiose têm diabetes, e a doença pode inclusive ser uma das principais manifestações da deficiência de produção e/ou de ação da insulina.
É importante salientar que pessoas saudáveis também podem ter a doença, e que sua evolução não tem relação com a evolução do diabetes.
E como é essa doença?
As lesões acontecem principalmente na parte anterior das pernas (nas canelas), podem ser únicas ou múltiplas e aparecer em ambas as pernas. Iniciam como bolinhas vermelhas que vão aumentando de tamanho e deixando a parte central mais deprimida. Uma coloração amarelada aparece no centro da lesão, assim como pequenos vasinhos de sangue.
A pele sobre as lesões fica lisa e fina e pode ter descamação. Por conta do afinamento, podem surgir feridas e crostas nestes locais. A borda da ferida fica mais escura, com um tom acastanhado ou arroxeado. O paciente pode sentir coceira, dor (se infeccionar) e ter queda dos pelos sobre as placas de lesão, que podem se juntar e formar lesões ainda maiores, passando dos 10 cm de diâmetro. Pode aparecer também nos braços, couro cabeludo e até na face, porém é bem menos comum. Após traumas como batidas ou topadas na perna novas lesões podem aparecer.
Como é feito o diagnóstico?
O médico dermatologista irá suspeitar de necrobiose lipoídica durante a consulta, e vai confirmar por meio do exame de biópsia da pele.
Qual o tratamento da doença?
Existem diversas opções de tratamento, porém nenhuma delas apresenta uma melhora importante ou rápida. Ao contrário, a melhora costuma ser lenta e o tratamento deve ser mantido por tempo prolongado. Há muita controvérsia entre os especialistas sobre qual a melhor opção de medicamento. Pode ser prescrito tratamento tópico, por meio de cremes, ou oral, além das cabines de fototerapia.
O médico irá lhe indicar o melhor tratamento para o seu caso. O uso de corticoides tópicos deve ser feito com cautela e acompanhamento do dermatologista, para que não ocorra piora da área de atrofia (pele fina).
Vale ressaltar que:
- a parte central da lesão,após formar cicatriz não irá mais voltar a ter o aspecto de pele normal;
- o controle da glicemia é importante, mas não garante a resolução das lesões.
Tenho cicatrizes deste tipo de lesão, posso fazer plástica nelas?