Cabelo liso é desejo de muitas mulheres. Umas acham o liso mais bonito, outras optam pelo alisamento pela praticidade. Entenda sobre alisamento capilar!
Independentemente do objetivo, as escovas definitivas, progressivas, de chocolate ou japonesa, entre tantas outras oferecidas nos salões de cabeleireiro, caíram no gosto da mulher brasileira. Mas diante de tantos nomes, o que pode e o que não pode quando se fala em alisamento capilar?
Escova progressiva ou definitiva?
Esses termos foram criados alguns anos atrás apenas como marketing para lançar e relançar alguns alisantes no mercado.
Na “escova progressiva” usava-se o formol e na “escova definitiva” ou” japonesa” usava-se o tioglicolato de amônia. Assim, o nome é o que menos importa, precisamos mesmo é saber qual o alisante que será empregado!
Alisamento ou relaxamento?
Ambos são feitos com o mesmo processo e os mesmos produtos. A diferença é o tempo de ação dos produtos nos cabelos, que é bem menor no relaxamento, o que o torna menos agressivo aos fios, além de resultar numa aparência mais natural. Se você quer apenas diminuir o volume do seu cabelo, soltar um pouco os cachos e ganhar movimento, opte pelo relaxamento. Se quiser esticar as madeixas vá de alisamento.
O que existe hoje ?
Hidróxidos (de sódio,cálcio ou lítio), guanidina, tiogliolato de amônia, formol, glutaraldeído e ácido glioxílico.
O que é permitido usar?
A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é o órgão que regulamenta a venda de medicamentos e cosméticos no Brasil.
Atualmente apenas 3 substâncias são liberadas para alisamento capilar: Tioglicolato de amônia, Hidróxidos e Guanidina.
O que não pode?
Formol (ou ácido fórmico) e glutaraldeído. A ANVISA está avaliando o uso do ácido glioxilico, que por enquanto é considerado ilícito no Brasil (apesar de ser liberado em outros países). O formol usado como alisante capilar é proibido pela ANVISA em qualquer concentração (lei 6.437/1977).
Porque não pode?
O vapor de formol inalado pelas vias aéreas é cancerígeno e pode aumentar o risco de leucemia e câncer de pulmão. Além disso, irrita a pele e pode provocar tosse, irritação na garganta e falta de ar.
O acréscimo de formol (ou qualquer substância dele derivada) ou glutaraldeído pelo cabelereiro ao produto acabado, é considerado infração sanitária e crime hediondo de acordo com o Código Penal. Caso exista comprovação de adulteração de qualquer produto cosmético, deve-se acionar a Vigilância Sanitária local para que ela tome as providências cabíveis. A oxoacetamida de carbocisteína e o ácido glioxílico já são usados em alguns alisantes, mas ainda não têm reconhecimento oficial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
E qual deles eu devo escolher para o meu cabelo?
Existe um alisante para cada tipo de cabelo.
Os hidróxidos são os mais potentes alisantes, porém são também os de maior potencial em provocar danos aos fios. São indicados para os cabelos muito crespos e tipo afro.
A guanidina tem potencial de alisamento intermediário e seria indicada para cabelos bem crespos.
O tioglicolato é o alisante que provoca menor dano ao fio. O potencial de alisamento também é menor e por isso é recomendado para cabelos não tão crespos, para os cacheados e ondulados. Independente da escolha, é recomendado que , antes da aplicação, seja feito o teste da mecha.
Em caso de ardor, coceira ou irritação, a aplicação deve ser interrompida imediatamente.
Alisantes incompatíveis:
Alguns alisantes são incompatíveis com outros, e por isso é muito importante que você saiba qual o alisante foi usado em seu cabelo. Quando você for retocar a raiz tem que usar um alisante do mesmo tipo, para evitar quebra maciça dos fios!
Cuidado com os hidróxidos, que não podem ser misturados com nenhum outro tipo de alisante.
Digamos que você faça uma escova com tioglicolato e não atinja o grau de alisamento que gostaria. Você jamais deve procurar outro salão para fazer “algo mais forte” sem informar qual o produto usado previamente! Se porventura for aplicado um hidróxido, o cabelo pode quebrar completamente!
Alisantes e tinturas:
Tanto os alisamentos como as tinturas deixam os fios mais frágeis. Como já foi comentado, há alisantes que danificam mais que outros, e o mesmo ocorre com as tinturas. Quanto mais claro o tom da coloração em relação à cor original, maior será a fragilidade dos fios. Assim, nem pensar em alisar fios descoloridos mais do que 3 tons e nunca fazer em cabelos que tenham luzes em mais do que 50% da cabeça! Quebra na certa!
E na gravidez? É seguro fazer um alisamento?
Há relatos de que aumentariam o risco de leucemia na infância, o que não é brincadeira. Portanto a resposta é NÃO! Não é seguro fazer alisamento químico durante a gestação! Não existe nenhum estudo que comprove a segurança de uso dos alisantes em gestantes. Nenhum deles!
Como saber se o alisante que meu cabeleireiro ofereceu é permitido?
Antes de mais nada, escolha um profissional de sua confiança. O cabeleireiro precisa conhecer o produto que usa e qual a substância responsável pelo alisamento, além de estar tecnicamente capacitado para uso do produto. O que interessa não é o nome comercial, se a escova é de chocolate, japonesa ou italiana, mas qual a substância alisante. Hoje são apenas 3 opções, portanto nada muito difícil de saber. Em seguida, verifique no rótulo do produto se ele tem o registro da ANVISA. Infelizmente há produtos com registros falsos no mercado.
Para saber se o número de registro na ANVISA é verdadeiro, verifique se a sequência numérica é iniciada com 2 e se tem 9 ou 13 dígitos.
Exemplo: “Reg. MS” ou “Reg. Anvisa” 2.3456.7899 ou 2.3456.5678.901-0.
Para verificar se seu produto é seguro, anote o número de registro e consulte aqui.