O que fazer em caso de acidentes por serpentes
Como a pele (o maior órgão do corpo humano) apresenta contato direto com o meio externo, quando ocorre um acidente por um animal peçonhento, seja ele por serpente, aranha, escorpião, taturana ou besouro, vamos ter alguma repercussão clínica nesse órgão, tais como: vermelhidão, inchaço, dor, sangramentos, manchas arroxeadas, bolinhas vermelhas e/ou com conteúdo líquido, além de manifestações em vários órgãos (rim, sistema nervoso, músculos, pulmões, coração)
Os acidentes por animais peçonhentos podem ocorrer em qualquer época do ano, porém são mais comuns na primavera e verão, período em que os animais se acasalam e saem de suas esconderijos para se alimentar. É nesse momento que eles têm contato com o homem.
Por ser um tema muito amplo, hoje falaremos dos acidentes por serpentes.
No Brasil, 80/90% dos casos de acidentes por serpentes peçonhentas são causados pela “jararaca”. Geralmente ocorre na zona rural, quando o homem invade seu território. Clinicamente observamos diferenças, dependendo da idade da “jararaca”. Quando a jararaca é filhote, observamos menor distância entre as presas e sinais de sangramento local mais evidente e menos inchaço e dor. Já quando a “jararaca” é adulto, notamos em uma intensidade maior, a dor e um inchaço progressivo e com maior distância entre as presas. Diferente da “cascavel” e “coral verdadeira”, não se observam sinais e sintomas neurológicos, como a famosa fácies de bêbado.
Todo caso de acidente por serpente deve ser conduzido em um ambiente hospitalar, para avaliarmos a possibilidade de iniciar o soro específico, pois existem alguns raros casos em que o acidente possa ser provocado por uma serpente não peçonhenta. Portanto, é necessária uma avaliação clínica e laboratorial seriada em um hospital de referência.
Em caso de mordedura por serpentes, devemos:
1- Manter o membro afetado pela picada elevado;
2- Lavar o local com água e sabão;
3- Manter o paciente calmo e hidratado;
4- Levar a vítima imediatamente para unidade de saúde ou hospital mais próximo;
5- NUNCA fazer torniquete ou garrote no local da picada, pois o seu uso aumenta a chance de intensificação do envenenamento e maior probabilidade de complicações locais como necrose, infecção secundária, sangramentos e amputação;
6- NUNCA realizar incisão (cortar ou furar) no local da picada;
7- NUNCA colocar terra, esterco, ou qualquer material no local da picada;
8- Se possível, levar o animal para identificação;
9- Qualquer dúvida ligue: 0800 722 6001