Cirurgia Micrográfica de Mohs é um método de controle de margens com alto índice de cura utilizado no tratamento dos cânceres de pele não melanoma, que são os tumores mais comuns do ser humano. Conheça um pouco mais sobre essa modalidade de tratamento
O que é a cirurgia micrográfica de Mohs?
É uma técnica cirúrgica única desenvolvida há mais de 50 anos por Frederick Mohs, professor da Universidade de Wisconsin no Estados Unidos. Desde então a técnica foi redefinida e sofreu avanços. Alguns centros no Brasil dispõem da mesma, que é a melhor alternativa para o tratamento de tumores de pele em áreas nobres como a face ou recidivados pois analisa cem por cento das margens laterais e profundas dos tumores, sendo superior a técnica com uso da patologia convencional. O índice cura das lesões com o uso da técnica chega a 99%.
Quem realiza a cirurgia de Mohs?
Uma equipe especialmente treinada que inclui médicos cirurgiões dermatológicos, assistentes e um técnico que prepara o tecido para o exame microscópico.
Quem são os pacientes candidatos a cirurgia de Mohs?
– Pacientes com câncer de pele comprovados por biópsia;
– Pacientes cujos tumores de pele estão localizados na face e no pescoço;
– Pacientes com câncer de pele recorrentes em qualquer localização do corpo;
– Pacientes que tiveram a cirurgia micrográfica de mohs recomendada por seu Dermatologista.
Como a cirurgia de Mohs é realizada?
Pode ser feita em Hospitais ou Unidades Ambulatoriais com suporte avançado, com ou sem a presença de um anestesista. Inicialmente, a porção visível do tumor é retirada. Logo em seguida, uma fina camada ao redor deste tumor é examinada em um microscópio, após congelação do fragmento e coloração adequada. Se evidências de tumor forem encontradas nas margens analisadas, uma nova camada será retirada e avaliada microscopicamente. Os estágios são repetidos até que não se encontre mais restos de tumor sob o microscópio.
Cada estágio de retirada das amostras dura em torno de vinte minutos, porém todo seu preparo para análise microscópica pode demorar até uma hora. Como não é possível determinar previamente quantos estágios serão necessários até a retirada total do tumor, é preciso que os pacientes estejam preparados para um procedimento longo, que pode durar um dia inteiro. É muito raro ser necessário mais de um dia para a retirada total dos tumores.
Quais são as vantagens da cirurgia de Mohs?
A maior vantagem dessa técnica é o rastreio do tumor no microscópio, o que permite certeza de sua retirada. Com o uso da microscopia como guia, somente as áreas já atingidas pelo tumor são retiradas, poupando as áreas de pele saudável ao redor. A técnica tem sua melhor aplicação na face, onde os defeitos são mais evidentes, sendo uma excelente alternativa para o tratamento do carcinoma basocelular.
É importante salientar que qualquer procedimento envolverá a formação de cicatrizes, porém a preservação de maior quantidade de pele sã permite um melhor resultado estético.
Como a ferida cirúrgica será reconstruída?
Em um primeiro momento, é impossível saber qual será a extensão do tumor. Portanto, é impossível saber exatamente como será feita a reconstrução até a retirada total da lesão. Entretanto, existem várias formas de reparar a pele. Feridas menores são fechadas com pontos, já as maiores podem necessitar de retalhos ou enxertos. Ambas as técnicas envolvem a retirada de pele de outro lugar do corpo para reparar a ferida cirúrgica.
Quando o tumor é completamente removido, a forma e o tamanho final do defeito são analisados para o planejamento do fechamento da melhor forma possível.
Na maioria dos pacientes, a reconstrução é feita no mesmo dia da cirurgia micrográfica.
Quais as complicações que podem ocorrer?
Sangramento – pode ser esperado durante e após qualquer procedimento cirúrgico;
Infecção – complicação menos comum que pode ser resolvida com antibióticos orais;
Lesão nervosa – a maioria das cicatrizes são dormentes por um período pois os nervos sensitivos são lesados durante o procedimento;
Reação alérgica – em decorrência da anestesia local ou dos curativos utilizados;
Dor e desconforto – podem ser experimentados após o procedimento, facilmente controladas com medicações prescritas de rotina;
Cicatrizes – Sempre haverá cicatrizes em decorrência do procedimento. Elas sofrem processo de maturação ao longo dos meses, tornando-se cosmeticamente aceitáveis. Algumas cicatrizes podem ficar elevadas e rosadas por três meses a um ano. Procedimentos podem ser realizados para melhorar os resultados de cicatrizes inestéticas, geralmente somente após um ano da cirurgia inicial;
Recorrência – Os tumores podem voltar em alguns pacientes que foram submetidos a cirurgia micrográfica de Mohs. Os sinais de recorrência são descamação avermelhada ou surgimento de nódulos próximos a cicatriz e podem aparecer após um a três anos da cirurgia. Em casos de recidiva, a cirurgia de Mohs está novamente indicada, por seu alto índice de cura.