Calvície : Tudo o que você precisa saber

Calvície : Tudo o que você precisa saber

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A calvície, também conhecida como alopecia androgenética – ou perda de cabelos com padrão masculino ou feminino – é um problema que afeta a qualidade de vida e auto-estima dos pacientes. As expectativas, porém, em relação aos resultados da terapia geralmente são maiores que a realidade. O aumento de volume e crescimento de novos fios nem sempre podem ser alcançados. Por isso, é importante esclarecer que o objetivo principal do tratamento é interromper a progressão da doença e prevenir o maior afinamento dos fios.

A calvície é caracterizada por uma miniaturização dos fios de cabelo de forma progressiva e não cicatricial. A doença se manifesta seguindo um padrão de rarefação capilar característico em homens e mulheres predispostos. É uma das causas mais comuns de consulta ao médico dermatologista, e é a causa mais comum de perda de cabelos em homens e mulheres.

A alopecia androgenética recebe esse nome porque é claramente dependente de hormônios masculinos quando afeta homens (“andro”, do grego, significa homem). Já na calvície feminina, essa relação com hormônios masculinos ainda não foi totalmente comprovada por estudos. A predisposição genética é observada tanto na calvície masculina quanto feminina.

Embora a calvície seja uma condição muito prevalente, as opções terapêuticas aprovadas pela Anvisa são limitadas. Para alopécia androgenética masculina, por exemplo, dispomos da finasterida, uma medicação oral anti andrógena. Dentre as medicações tópicas aprovadas pela Anvisa, apenas o minoxidil pode ser utilizado para tratamento da calvície feminina e masculina. Infelizmente, a calvície feminina dispõe de ainda menos tratamentos reconhecidos pela Anvisa, e os resultados terapêuticos também são menos evidentes que os conseguidos em tratamentos de homens.

A notícia boa é que têm surgido novas perspectivas para tratamento desta condição nos últimos anos. Estas novas possibilidades terapêuticas vêm agregando melhores resultados quando somadas às terapias convencionais. São considerados tratamentos para calvície ainda em estudo ou ainda não liberados pela Anvisa.

Dentre eles, podemos citar :
-Tratamentos orais em estudo para calvície masculina : dutasterida (medicação anti andrógena mais potente que a finasterida);

-Tratamentos tópicos em estudo para calvície masculina (para aplicação no couro cabeludo) : finasterida, latanoprost, adenosina, cetoconazol shampoo;

-Tratamentos orais em estudo para calvície feminina : finasterida, dutasterida, espironolactona, ciproterona;

-Tratamentos tópicos em estudo para calvície feminina : latanoprosta, adenosina e cetoconazol shampoo.

Dentre as terapias emergentes e complementares aos tratamentos clínicos acima, podemos citar :

-LLLT (Low Level Light Therapy) : terapia que utiliza diodos emissores de luz de baixa intensidade. Essas luzes vermelhas têm efeito fotobioestimulador sobre as mitocôndrias do couro cabeludo, aumentando a produção de energia celular, oxigenação e nutrição dos folículos capilares. Dessa forma, consegue-se prolongar e ativar a fase de crescimento capilar, bem como aumentar a densidade dos cabelos. É a única terapia emergente atualmente aprovada pelo FDA (não pela Anvisa).

-MMP ® capilar : consiste em injetar ativos dermatológicos na área de inserção dos folículos capilares. A injeção é realizada através de um dispositivo com diminutas agulhas. Como a aplicação é muito precisa, conseguimos obter ótimos resultados com uma quantidade bem menor de medicamentos e com possibilidade de efeitos colaterais locais e sistêmicos bem menores em relação a uma mesoterapia convencional (injeção de medicações no couro cabeludo) ou em relação à terapia sistêmica (medicação via oral). Leia mais

-Microagulhamento do couro cabeludo : estudos indianos e japoneses têm mostrado belos resultados com aumento do número de novos fios de cabelo com esse tratamento isoladamente. Além disso, há estudos demonstrando ganho de densidade capilar em pacientes que pararam de ter benefício com o uso de terapias convencionais, como minoxidil e finasterida.

-Laser fracionado de Erbium glass : provavelmente estimula folículos capilares dormentes por ativação do fluxo sanguíneo local.

-Plasma Rico em Plaquetas : consiste na retirada de sangue do paciente, seguido da centrifugação do mesmo. Assim, separa-se as plaquetas e o plasma do restante do sangue. Essa solução possivelmente protege as células da raiz do cabelo da morte celular programada, dentre outros mecanismos que também culminariam no aumento da densidade de cabelos.

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Também existe a possibilidade de tratamento cirúrgico para os portadores de alopecia androgenética. O transplante capilar é realizado por cirurgiões dermatológicos ou plásticos especialistas, e consiste na retirada de unidades foliculares de regiões não calvas (geralmente da região da nuca) para áreas calvas (entradas e ápice da cabeça). É um tratamento aprovado pela Anvisa e FDA, mas não dispensa o tratamento clínico. Apesar dos cabelos transplantados não sofrerem influência hormonal (ou seja, não correm o risco de cair devido a calvície), a doença pode continuar progredindo nos cabelos não transplantados se não tratados clinicamente. Saiba mais sobre esse tratamento

Não deixe de se consultar com seu médico dermatologista e avaliar os melhores tratamentos e procedimentos indicados para seu caso. Calvície não tem cura, mas tem controle. Quanto mais cedo se começa a tratar, melhores são os resultados!

 


Dra. Maise Sampaio

maise

Médica Dermatologista
CRM-GO 12756 | RQE 8130

Site : http://www.maisesampaio.com.br

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