O açúcar e o envelhecimento da pele

Envelhecimento da pele

É sabido que vivemos uma epidemia mundial de excesso de açúcar, e que isso está relacionado à obesidade e ao sobrepeso. No entanto, através de estudos com doenças como o diabetes e a síndrome metabólica (diabetes, pressão alta, doença cardiovascular e aumento do colesterol no sangue), descobriu-se recentemente que o consumo excessivo de açúcar também está relacionado ao envelhecimento da pele e à piora do estresse oxidativo, que explicamos no artigo de antioxidantes.

Envelhecimento da pele

Como isso acontece? O excesso de açúcar no nosso organismo produz uma reação química nas proteínas do nosso corpo. Ocorre uma “caramelização” dessas proteínas, em um processo de ligações químicas conhecidas como crosslinking (ligação cruzada). O nome científico desse processo é glicação ou glicosilação, e você já pode ter ouvido falar dele em um exame que serve para avaliar a diabetes: a hemoglobina glicosilada. Pacientes diabéticos estão acostumados com este exame que, justamente, mede a quantidade de hemoglobina (uma proteína do sangue) que está caramelizada. Isso reflete o grau de controle da doença: quanto maior esse índice, pior o controle do diabetes.

Mesmo que açúcar no sangue esteja baixo, esse exame mostra para o médico que esse paciente está falhando na dieta! E por que isso é importante? O problema todo é que as proteínas que sofrem essa reação podem, vagarosamente, perder a sua função. Portanto, se a proteína em questão for o colágeno ou a elastina, o resultado será flacidez e perda da elasticidade da pele. Mas esse impacto é generalizado e contribui muito para o envelhecimento e mau funcionamento do organismo como um todo. E não para por aí.

Além disso, há uma série de outras reações que levam ao aumento da inflamação e à piora do estresse oxidativo. Quando esses processos estão combinados, ambos produzem danos ainda maiores às proteínas das membranas das células, danificando-as. O resultado é ainda mais perda de função!!!

O que fazer?

Alimentação saudável é imprescindível! Evite comer comidas que viram açúcar de forma muito rápida dentro do seu corpo. Esses alimentos são geralmente os doces, as massas e os pães. As frutas, quando acompanhadas de suas fibras, têm um impacto menor nesse processo, mas devem ser consumidas sem excessos. É interessante ter a ajuda de um especialista para orientar a dieta, principalmente se você tem uma doença como a diabetes.

Novidades em dermatologia

Explicamos tudo isso para que você pudesse entender como esses processos acontecem e podem atrapalhar a nossa saúde. Já existem estudos de moléculas que revertem e reduzem a ocorrência dessas reações: algumas já estão disponíveis em forma de suplementos, nutracêuticos e cosmecêuticos. Os antiglicantes, como são conhecidos, podem ajudar em uma estratégia antienvelhecimento tanto em cremes e loções, como usados por via oral! A vantagem do uso oral é o impacto global desse tipo de produto, pois a glicação não ocorre apenas nas proteínas da pele. O uso combinado dessas substâncias pode ser muito interessante em pacientes com excesso de peso ou doenças como o diabetes.

Para poder fazer um tratamento desse tipo, que é individualizado, você deve consultar o seu dermatologista.



Dra-Tatiana-Villas-Boas-GabbiDra. Tatiana Villas Boas Gabbi
Médica Dermatologista
CRM-SP 104415 | RQE 31137

Outros artigos desta colunista em www.dermatologiaesaude.com.br zoom in

Encontre-me no Google


2 comentários em “O açúcar e o envelhecimento da pele”

  1. Jamile Ferreira Fonseca

    Fui diagnosticada com Poroceratose x Vasculite em 2014, e até agora os medicamentos que tenho usado não tiveram efeito positivo. Será que devo procurar outro profissional?

  2. Pingback: O quanto o açúcar é responsável pelo envelhecimento cutâneo - Clínica Dermatológica Carolina CoelhoClínica Dermatológica Carolina Coelho

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *