HIV e pele

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Manifestações do HIV na pele

O HIV é um vírus que causa importante depressão da imunidade celular do individuo acometido, resultando em várias doenças oportunistas, podendo ser tumores, doenças inflamatórias e infecciosas. Em 90% dos infectados, em alguma fase da sua doença, vão manifestar alguma alteração na pele, sendo que algumas dessas alterações são verdadeiros marcadores da doença.

Em 1995, com início da terapia antiviral altamente ativa (HAART), onde se combina três tipos de medicamentos, que tem a função de impedir a multiplicação do vírus, houve uma diminuição dramática das doenças oportunistas, tumores e morte relacionada a essa doença. Porém, para que essa diminuição da mortalidade seja possível, é aconselhável que sejam realizados testes laboratoriais para detecção do vírus,para  descobrir a infecção em estágios menos avançados, com CD4 elevado, e iniciar prontamente o tratamento, independente do grau de imunidade do infectado. Esses testes, assim como o tratamento, estão disponíveis gratuitamente na rede pública de saúde e o ideal é realizá-los a cada 6-12 meses. Isso também é válido para outras doenças sexualmente transmissíveis, tais como, hepatite B, C e sífilis.

As lesões cutâneas em pacientes infectados pelo HIV podem ser de origem infecciosa (vírus, bactérias e fungos), parasitária, reação aos medicamentos, tumores (Sarcoma de Kaposi e linfomas), e doenças inflamatórias (dermatite seborreica, psoríase, dentre outras).

  • A Candidíase oral  é a infecção mais freqüente em pacientes infectados pelo HIV, ocorrendo em média, entre 30-50%. Clinicamente podemos observar placas de aspecto cremoso branco-amarelada, semelhante à nata do leite, que sai com facilidade a manipulação com espátula. Deve-se diferenciar da leucoplasia pilosa oral, pois são lesões muito semelhantes e apresentam quase a mesma localização.
  • Do grupo das doenças inflamatórias, a dermatite seborreica geralmente é extensa e resistente aos tratamentos. O HIV pode piorar a psoríase pré existente ou abrir o quadro com a forma eritrodérmica (corpo todo avermelhado e escamas).

Os tumores mais comuns, antes da Terapia combinada (HAART), era o Sarcoma de Kaposi e o linfoma não Hodgkin, com estimativa de um aumento de 310 e 113 vezes, respectivamente, em pessoas infectadas pelo HIV. Com inicío da HAART, houve uma queda em mais de 50% dos pacientes. Clinicamente o Sarcoma de Kaposi, apresenta- se como mancha ou nódulos de coloração violáceas na pele ou mucosas, onde o exame anatomopatológico é necessário para confirmar esse diagnóstico.

Muitos perguntam sobre uma possível cura, esterilização do organismo dessa infecção, porém até o momento, só dispomos de um tratamento que controla a progressão da doença, prolongando a sobrevida do paciente infectado. Mas a ciência está aí, procurando medicamentos que tente aniquilar esse vírus, e não duvido que em um futuro próximo isso possa acontecer, mas até então, a melhor forma para não contrair essa epidemia que acomete milhões de pessoas em todo o globo, é a prevenção, usando preservativos e fazendo sexo seguro.



Dr.Alexandre MorettiDr. Alexandre Moretti
Médico Dermatologista
CRM-MS 4146 |  RQE 3804

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